Fábula curta, por Kafka

, por Paulo Avelar


                    "Ai de mim!”, disse o rato, “o mundo vai ficando dia a dia mais estreito. Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair”.
               
“Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o.
Franz Kafka (1883-1924)

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